Desenho/Pintura Realista - O que está faltando em seus trabalhos?

Hoje vamos entrar em um assunto que possui diversos desdobramentos e discussões, o realismo. Muito se fala sobre o desenho e pintura realista hoje em dia, tanto com pontos de vista positivos quanto negativos. Para alguns, é uma busca pelo fotorealismo, para outros uma representação fiel do modelo, já os que são contra esta prática questionam a necessidade do realismo na expressividade e o quanto é somente uma técnica apurada.

Seguem alguns posts anteriores sobre desenho para aqueles que não conhecem o blog:

Muito do que está dito neste post é fruto de anos errando muito sobre este conceito e sua implicação na minha própria arte e é ilustrado por esta imagem abaixo onde tentei chegar o mais próximo possível do fotorrealismo em 8h de trabalho.

Arte de Luiz Celestino

Também fiz um vídeo sobre ela e comecei a discussão sobre o realismo, aconselho a todos a assistirem antes de prosseguirmos.

Para não ficar muito repetitivo neste post, vou utilizar uma entrevista do artista Jonathan Hardesty para o também artista Bobby Chiu. Jonathan, além de um fantástico fine artist, é professor de fundamentos do realismo na escola Schoolism (vamos discutir o curso mais para frente no texto) e já foi citado aqui no blog neste outro post. Segue ao lado o vídeo da entrevista na íntegra (em inglês) para aqueles interessados:

Antes de entrarmos especificamente na discussão sobre o realismo, queria contextualizar quem é Jonathan Hardesty e porque é interessante ouví-lo, tanto em seus ensinamentos técnicos quanto em sua jornada e filosofia de vida. Separei algumas partes da entrevista que achei interessantes.

Segundo Hardesty, apesar de ter tido uma apresentação a arte através de séries animadas como Transformers e Akira, como muitas crianças, o amor pela arte só começou a ser trabalhado bem mais tarde. Aos 12 ele começou a tocar guitarra e a música tomou totalmente sua rotina, tendo ele alguns anos depois se juntado a uma banda e feito até turnês com a mesma.

As artes visuais mesmo vieram só aos 22 anos. Nesta fase ele estava terminando a faculdade e trabalhando nos arquivos de um hospital. Sua insatisfação constante e desgosto pelo que fazia fizeram com que ele se perguntasse se queria continuar reclamando até ficar velho, como seus colegas de trabalho. Então ele fez uma lista de quais eram suas prioridades da vida, que podemos chamar do emprego dos sonhos:

  • Trabalhar com algo criativo
  • Quero ser meu próprio chefe
  • Ficar em casa

Por coincidência, Bobby Chiu neste momento também apresenta uma lista bem semelhante que fez em 2005, quando estava dando seus primeiros passos. Segue a imagem que ele postou em seu Twitter:

Imagem postada por Bobby Chiu em seu Twitter

Imagem postada por Bobby Chiu em seu Twitter

Discutimos um pouco este assunto no post sobre mudança de carreira e como se planejar é importantíssimo nestes momentos, vale a pena conferir clicando aqui.

Arte então parecia uma boa opção para Hardesty. Como nesta época ele estava trabalhando na faculdade, podia fazer aulas de graça, seria a solução perfeita para a mudança. Ele começou então a fazer aulas de desenho para em muito pouco tempo perceber que ali seria difícil tirar algum proveito. Como Bobby Chiu diz na sequência, existem tão poucas escolas que realmente ensinam o que estamos vendo, como o mundo realmente funciona. E aquela não era uma delas, apesar de fazer parte do topo das universidades americanas, a chamada Ivy League.

Neste ponto é importante frisar a importância de Hardesty ter se dado conta disso e começado a procurar informações em diversas fontes diferentes, livros, internet, outros artistas, buscando tanto definir seu caminho de estudos quanto sua provável área de atuação no futuro, seguindo de perto a lista que tinha feito para o seu "emprego dos sonhos".

O primeiro livro que ele cita é de Willy Pogany chamado The Art of Drawing. Eu particularmente não conheço o livro então não tenho muito o que comentar, mas segue o link na amazon.com.br ao lado, para aqueles que tiverem interesse.

O segundo livro é o muito conhecido Drawing on the Right Side of the Brain, ou Desenhando com o Lado Direito do Cérebro, para o qual fiz uma análise em vídeo no canal do Youtube.

Este livro é muito importante para o caminho que ele utilizará depois para buscar sua carreira em fine arts e no realismo. Voltarei a referenciar o livro no decorrer do post.

Outras referências que ele diz ter usado muito foram os livros de George Bridgman e Andrew Loomis. Seguem alguns exemplos de livros destes autores, com suas respectivas análises em vídeo e links para a amazon.com.br.

Com relação aos artistas de referência, ele buscou entender o que cada um estava fazendo, seus processos e não simplesmente replicar seus resultados. Discutimos um pouco este assunto nos posts sobre Life Drawing, vale a pena dar uma conferida clicando aqui.

Foi então que ele conheceu o movimento de ateliês e começou a se aproximar de fine arts. Este parecia um bom caminho para suprir sua lista. Decisão tomada foi a hora de começar a contar para as pessoas próximas, que claramente não acreditaram que aquilo seria possível. Ele conheceu o site Conceptart.org (que por muito tempo foi referência e um local onde artistas discutiam, estudavam e evoluíam juntos), criou uma conta e começou a postar. Seu primeiro auto retrato foi este abaixo:

Arte de Jonathan Hardesty

Arte de Jonathan Hardesty

A partir deste momento, foram horas e horas, estudos e mais estudos, anos se passaram. Postei este vídeo em nossa discussão sobre não fazermos só um "desenhinho", mas sempre vale assistir novamente. Veja a quantidade de peças que foram documentadas durante a evolução de Hardesty.

Hoje em dia, ele é um grande fine artist, vivendo exclusivamente de sua arte, através da venda de obras e cursos. Segue um auto retrato mais recente:

Arte de Jonathan Hardesty

Arte de Jonathan Hardesty

Eles também discutem um ponto interessante, sobre a persistência e quantos % é trabalho duro e quanto é talento.

Para Jonathan, você tem que ter algum talento nato, 80% hardwork e 20% talento. Ele sempre foi pior que os outros, então tinha que trabalhar duas vezes mais duro para alcançar os outros do ateliê. Ele era um dos piores por muito tempo.

Bobby Chiu também diz que levou muito tempo para aprender. O maior talento que ele tinha era a habilidade de concentrar e ser paciente. 

Arte de Jonathan Hardesty

Arte de Jonathan Hardesty

JH: Quando você gasta o tempo necessário. Buscar algo pela excelência é completamente diferente de estudar algo de forma casual. Quando você busca excelência, você tem que buscar os problemas, gastar tempo se questionando onde pode melhorar. Algumas pessoas mais casuais acabam cedendo a zonas de conforto e só desenhando as mesmas coisas. É diferente a abordagem de excelência de uma abordagem casual. Busca pela eficiência.

"Você não precisa gostar do que está fazendo enquanto está fazendo. É normal dizer que neste momento eu não gosto disso, neste momento eu não quero fazer isso e farei mesmo assim. Tenho um objetivo que quero atingir"

Algumas pessoas acham que se não querem desenhar agora é porque não devem querer ser um artista tanto assim. Como ele diz, se ele fosse fazer o que queria sentaria no sofa o dia todo comendo salgadinhos. Mas você precisa tomar a decisão de que vai fazer aquilo, que não importa o que acontecer eu farei isto acontecer. Ele, assim como todos os artistas, teve momentos em que quis desistir.

No primeiro ano ninguém ligou para o que ele estava postando, mas com a persistência ele começou a chamar a atenção.

"É tão difícil no começo, pois você trabalha, trabalha e trabalha e não tem nenhuma recompensa por isso."

Vamos então voltar para o realismo, ainda com base na entrevista.

O que é realismo para você?

Muitas vezes as pessoas associam realismo com detalhes e é o que ele fala na introdução do curso. Também é interessante notar que o fato de frequentar ateliês o colocou em contato com este universo, fugindo da mera cópia como veremos mais a diante. 

JH: Quando você entra num museu e olha uma obra de Sargent ou Zorn, você fica impressionado com o realismo da obra, porém quando se aproxima percebe que ela não é composta dos mínimos detalhes e sim de pinceladas mais soltas e abstratas. Pequenas partes isoladas, provavelmente não seriam reconhecidas pelo nível de abstração. 

É como o caso de Nathan Fowkes nesta pintura de um pato abaixo, citada no vídeo:

Arte de Nathan Fowkes

Arte de Nathan Fowkes

BC: De perto são pinceladas, de longe são realistas. As pinceladas parecem rápidas, porém não são.

JH: Estas pinceladas nunca são rápidas. Velocidade não vem de trabalhar mais rápido e sim de eficiência. Acertando da primeira vez.

Se você está imaginando o processo completo de uma pintura, eu farei isso, isso e isso. E quebrando tudo, você sabe quais serão os materiais, onde e quais serão as bordas. Aí você simplesmente pinta. Este é um processo eficiente e rápido, não você pintar rápido.

O que é mais fácil, resolver uma área em 2 pinceladas ou em 50 pinceladas?

É algo que é contra intuitivo, mas é algo que você tem que aprender da forma difícil. A maioria das pessoas está com pressa de começar a pintar, enquanto os verdadeiros profissionais respeitam e seguem rigorosamente o processo.

Se você é um artista talentoso você sabe que você olha mais do que realmente pinta, se você está pintando mais do que olhando ou pensando, você está no caminho errado. Não é natural pensar que devemos parar 5 ou até 30 minutos planejando todo seu processo de pintura.

Esta série de vídeos é fantástica e você deveria parar este post aqui e assistir:

Curso The Essentials of Realism da Schoolism

Vou tirar este espaço agora para analisar um pouco da estrutura curricular do curso Essentials of Realism. Segundo a descrição do próprio site da Schoolism, é a busca pelos fundamentos do realismo. O que faz algo parecer realista? Eles então simplificam a questão para quatro fundamentos: proporções., valores, cores e bordas. São conceitos simples, mas existe muito a ser aprendido em cada um.

Outro grande artista, Richard Schmid, também define em seu livro, Alla Prima, uma pincelada nestes quatro elementos, desenho, valor, cor e borda.

Sendo assim, como podemos aprender a ver, como quebrar as coisas que estamos tentando representar? Como aplicar os valores? Cores? Como trabalhar as bordas?

 Este material abaixo foi retirado da página do curso no site da Schoolism. Ele servirá como base para tentarmos entender que não é só aprender a reproduzir o que vemos e sim, interpretar e traduzir na sua imagem.

Lesson 1 - Understanding Proportion
Understanding proportion is key to realism. For example, if an eye or a foot is in the wrong place then it will confuse the viewer and ruin the realistic effect. In this first lecture I will demonstrate: 

-The proper mentality behind the block-in
-How to move from general to specific
-How to break things down based on the lights and darks
-How to deal with excessive detail

Assignment: Students will create "block-in overlays" on a portrait or still life reference from those provided and overlays from their own reference.
Lesson 2 - Manipulating the Proportion Comparatively
Creating an accurate drawing or painting is not dependent on measuring and transferring those measurements. In this second lecture I will demonstrate how to understand comparative proportional relationships by utilizing these visual tools:

-Negative Space
-Imaginary Plumb Lines
-Angles/angle extension
-"Creaturization" of shapes
-General Impression
-Separation of Light and Dark

Assignment: Students will be required to create a block-in with 3 stages of detail progression. Students will be required to complete the block-in at a larger scale than the reference.
Lesson 3 - Understanding Values
Values are, perhaps, the most important part of making a drawing or painting look realistic. Without light we would not be able to observe the physical world around us. In this lecture I will demonstrate how to break down the lights and darks into a five value system (2 values in the darks, 3 values in the lights). A five value system allows you to establish value relationships quickly and effectively.

Assignment: Students will be required to create a "five value" drawing or painting from the reference provided (or their own reference). Students will also create five value relationship "overlays" over top of the provided reference.
Lesson 4 - Manipulating Values
As an artist, you are not required to only draw the values that you see. In fact, most of the time, that is not possible due to the limitations of your materials. If you understand the relationship of the values on the subject matter you can manipulate them to capture the most realistic result. In this lecture I will demonstrate how to compress and simplify your values to produce the most efficient result in your work.

Assignment: Students will be required to create a drawing in a different value scheme from the provided reference (lighter or darker). Students must utilize and manipulate the five value system in the process of creating the drawing.
Lesson 5 - Understanding Edges
If values are the most important part of conveying realism, then edges are a close second. The only reason our eyes can tell the difference between a cube and a sphere is because the of the edges. Edges communicate form and, in that regard, they are essential to realism. In this lecture I will discuss edge relationships and how to capture them accurately.

Assignment: Students will be required to complete a still life study (with fabric) to understand how to capture the many edge types that are visible in reality.
Lesson 6 - Manipulating Edges
Edges are essential to realism, but they can be manipulated to a high degree. The forms observed in reality can be softened and hardened at will in order to achieve specific effects. In this lecture I will show how to work with edges relationally based on their "hardness" or "softness".

Assignment: Students must complete a "dreamlike" portrait study and alter the edges to be significantly softer that what is seen on the reference. OR Students must complete a "rigid/harsh" portrait study and alter the edges to be significantly harder than what is seen on the reference.
Lesson 7 - Understanding Color
Of the four key concepts (proportion, value, edge, color), color is certainly the most subjective. Color is also, by far, the least important in terms of achieving realism. The colors perceived by one individual may not be perceived the same way by others (especially in the case of color blindness). The best way to understand color is with a warm/cool relationship.

Assignment: Students will complete a study of one of the provided references while maintaining the proper warm/cool relationships. Students will also assign color descriptions or "profiles" to ten master paintings.
Lesson 8 - Manipulating Color
Color is highly subjective, but that also means it can be manipulated to a high degree. That subjectivity allows color to become a main tool of expression in a painting. As long as you maintain the overall color relationships, you can significantly change the colors you use without sacrificing any realistic effect. An artist can even completely change the color scheme, in some cases, without the viewer recognizing a difference. In this lecture I will show you how far you can go when manipulating the color relationships.

Assignment: Students will complete a color study of the provided reference (from lecture 7), but will change the color scheme completely. Students will also complete a portrait study and will be required to manipulate the colors to a high degree.
Lesson 9 - Putting It All Together
Art is primarily about communication. The artist seeks to communicate something effectively to the viewer through only visual means. The purpose of understanding these four key concepts is so that you can use them to effectively express yourself visually in a drawing or painting. Often the most interesting aspect of a work of art is what the artist decided to change or manipulate. In this lecture you will see clear examples of how proportion, value, edge, and color have been manipulated to achieve the artist's goals.

Assignment: Students will decide on an artistic goal for a study and then create their own work of art in any medium. Students may manipulate any of the concepts discussed previously (proportion, value, edge, and color) in order to convey their chosen "message".

Não vou focar em traduzir cada trecho, porém em linhas gerais para cada um dos conceitos, proporção, valor, borda e cor, existem duas partes. A primeira parte é entender, como observar na realidade, como desconstruir, como fazer sentido, como entender visualmente do que vocês está fazendo e a segunda parte é como manipulá-lo, isto é, entender o que está na realidade e mudá-la para o que você procura. Vale ler com calma os tópicos e exercícios sugeridos e refletir como isso se aplica ao seu trabalho, assim como assinar a Schoolism e ver o curso que certamente será um bom investimento, principalmente para quem está começando.

Voltando para a entrevista, eles discutem que as pessoas focam muito nas ferramentas, por exemplo nos esportes focam em que tipo de tênis alguém usa, mas esquecem de todo o preparo físico por trás. No curso é o mesmo, diz Jonathan, é a base que deve ser estabelecida antes de se construir por cima.

JH: Não importa se você é ilustrador, concept artist ou fine artist, tudo vem da vida real. Tudo está baseado no realismo. Atelies são fortemente focados nesta parte, técnica, observação da realidade, os fundamentos. E não importa se você pinta digitalmente ou em óleo, os conceitos são os mesmos. Quando faço as demonstrações no photoshop uso o brush padrão, para que não gere o questionamento de quais brushs estou usando. Não se preocupe com os materiais.

Processo

Segue um vídeo interessante no qual Hardesty discute a observação e os primeiros passos para o desenho e pintura a partir de uma referência:

Mais uma vez de volta a entrevista, ele usa uma pintura sua de seu filho, abaixo, para explicar o conceito (citei ela no vídeo sobre realismo).

Arte de Jonathan Hardesty

Arte de Jonathan Hardesty

Se você olhar esta pintura ela é basicamente em chave alta, principalmente na região da figura, isto é, os valores são altos. E ele fez isso de propósito, sendo que poderia ter deixando no mínimo as sombras mais escuras. Ele subiu todos os valores para que pudesse aumentar o senso de inocência. As cores também ajudaram muito a passar a sensação. Algumas delas estavam na pintura, a relação principal estava lá, porém algumas foram mudadas e levemente alteradas para atingir o resultado sem sacrificar o realismo.

BC: Você está falando do impacto emocional da pintura como seu objetivo principal. E os fundamentos, técnicas e tudo mais estão lá para suportar este objetivo final.

JH: Grandes músicos por exemplo tem uma base técnica muito sólida antes de se tornarem expressivos. Eles fazem uso destas ferramentas o tempo todo, de forma principalmente subconsciente em suas performances. Ele acredita que a técnica é o veículo para a expressão. Ao contrário do que é para algumas pessoas hoje em dia, ao invés da expressão vir baseada em sólida bagagem técnica, é o contrário, querem jogar fora a técnica para serem expressivos.

Arte abstrata deveria ser o fim de sua jornada e não o começo. Você consegue ver a diferença entre quem faz abstração por que quer e quem faz porque precisa. O resultado da técnica também não é ser robótico e duplicar a realidade, mas sim você não estar limitado pela falta de técnica. Se você não tiver a técnica na música, sua gama de ações que podem ser tomadas fica limitada. O mesmo acontece nas artes, você deve poder visualizar algo na sua cabeça e executá-la no papel.

Quais são os erros comuns que alunos cometem?

JH: Em proporções, muitos detalhes no começo. Pensar que eles precisam de todas as sutilezas no começo para posicionar as coisas nos lugares certos. E quando trabalham as sutilezas sempre existe exagero. Um artista tem que ter duas mentes, uma que se aproxima e trabalha em todos os detalhes e uma que constantemente se afasta e olha de forma ampla. É uma dança entre as duas, vendo o específico e o amplo ao mesmo tempo.

JH: Em valores, sempre exageram a luz de rebatimento. Eles não pensam em função dos claros e escuros e destroem as relações de valor. Eles não comparam valores, não usam um sistema de valores, não respeitam o todo.

JH: Em bordas, sempre vão para bordas mais duras. Como as bordas suaves são mais trabalhosas, os alunos iniciantes acabam as endurecendo.

Veja abaixo outra demonstração do artista falando de seu curso:

E neste outro uma demo de Dice Tsutsumi e Robert Kondo, também professores da Schoolism, sobre leitura de valores:

JH: Em cores acontece um fenômeno semelhante aos valores, não respeitando as relações e o todo. Outra complicação são as relações de temperatura. Mas você pode se safar muito com cores, pois se você acertar os valores e bordas, as cores impactarão menos.

Na sequência eles entram em uma discussão da relatividade de cores, quero só apresentar um exemplo da complexidade deste assunto.

Retirado do blog Gurney Journey de James Gurney

Retirado do blog Gurney Journey de James Gurney

Estes dois quadrados apontados com as setas brancas tem exatamente a mesma cor, porém em contextos diferentes parecem muito distintos.

Todas estas informações parecem sufocantes por vezes, por isso, eles entram em outro tópico muito interessante.

Você se lembra de um momento que realmente quis desistir?

JH: Enquanto eu treinava era algo semanal. Eu comecei sem experiência nenhuma e todos me questionavam com relação a isso. Eu mesmo me questiona se era realmente possível, pois, como eu disso, não tinha nenhuma experiência no assunto.

Ao longo dos anos, a coisa foi piorando, porque quanto mais tempo eu dedicava a isso, mais difícil seria perseguir algo se isso não desse certo. Eu tinha apoio da minha esposa, mas tinha dias que eu realmente me perguntava se conseguiria. Existiam dias em que nada dava certo, eu não evoluía. Eu sempre me lembrava que tinha feito a decisão consciente de fazer isso e que tinha que seguir em frente, mas era assustador. Você não quer pagar o preço por ter tomado a difícil decisão de correr o risco. todos aqueles que te botaram para baixo, e foram quase todos os meus conhecidos.

O que você acha que aquele você dos momentos ruins reagiria ao seu sucesso atual, vendo seu estúdio, família e trabalho?

JH: Acho que eu ficaria mais ou menos como me sinto atualmente, completamente maravilhado e agradecido por ter feito. Mas por outro lado, eu ficaria com medo do impacto que isso teria na minha motivação.

Por outro lado, acho que se tivessem me dito que tudo daria errado, acredito que eu teria continuado. Acredito que não teria conseguido viver comigo mesmo se não tivesse tentado. Então acho que mesmo sabendo que eu ia falhar, eu tinha que tentar.

Não tenho muito mais a acrescentar a essa aula de perseverança e trabalho duro. Conheça mais sobre o artista nos links abaixo:

Outro artista citado no meu vídeo é o Jason Seiler, que utiliza conceitos parecidos para distorcer mais ainda as proporções e passar suas mensagens através do humor da caricatura. Seguem alguns links do mesmo:

E nos seus trabalhos? O que está faltando? Conte para a gente nos comentários abaixo!

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