Brushwork Atelier - Retrospectiva 2016 e o quanto estou empolgado para 2017
/Neste post quero falar brevemente em como vejo tudo que aconteceu em 2016 e da minha empolgação para 2017. Me inspirei bastante neste Bate-papo Ilustrado ao lado:
Quero dividir a conversa em quatro partes: Artista, Educação, Blog e Cenário Nacional. Na primeira, vou discutir um pouco sobre o meu ponto de vista sobre minha própria evolução como artista. Do ponto de vista de Educação, vou discutir minha visão sobre o Brasil e o que estou tentando fazer com o Brushwork Atelier Online. No assunto Blog, discutirei o que estou esperando para 2017 no Brushwork Atelier. Por fim, uma retrospectiva do Cenário Nacional e minha visão sobre 2017.
Para quem não tem tempo para ler durante as festividades, segue um resumão: Como artista, 2016 foi um ano que deixou um gostinho de quero mais com relação a minha evolução. A primeira turma do Brushwork Atelier Online fez um primeiro módulo fantástico com muita garra, suor e evolução. Estou empolgadíssimo para o que está sendo construído neste grupo e acho que 2017 vai ser um ano muito importante para o projeto. Do ponto de vista do blog, pretendo deixar as postagens mais constantes principalmente no canal do Youtube, onde quero começar a trabalhar de forma um pouco mais solta, possivelmente com vídeos semanais. Por fim, acredito que estamos em um ótimo momento no cenário nacional e só temos a melhorar nos próximos anos. Isso ficou bem claro com a ida a Los Angeles no final deste ano e comparando friamente o que temos aqui ao contexto deles lá.
Mas para quem quer saber mais a fundo, vou explicar cada um destes tópicos.
Artista
Em 2016, muita coisa aconteceu paralelamente ao meu desenvolvimento artístico, o que prejudicou um pouco minha evolução principalmente até julho. Saí do emprego de concept artist e ilustrador que tinha na Freddy Bear Games em Curitiba e decidi voltar para São Paulo e construir uma carreira de autônomo, algo que complicou bastante meu começo do ano. No meio do caminho, passei por diversas curvas de aprendizado, incluindo como abrir uma empresa, como funciona a contabilidade de um MEI, como estruturar um curso e o que eu poderia fazer diferente neste mercado já tão competitivo. Resumindo, não aconteceu muita coisa artisticamente até julho pelo menos.
Com a proximidade do início da primeira turma do Brushwork Atelier Online, comecei a estudar bem mais. Por um lado pelo medo de fazer feio com os membros do grupo e por outro empolgado pelas possibilidades que estavam pela frente. Foi uma produção bem mais intensa do que até então e em outubro finalizei esta peça abaixo, que me deu um novo gás na minha evolução. Acredito que foi a primeira vez que fiquei orgulhoso de um trabalho. Meu conhecimento do que existe por aí me põe sempre no meu devido lugar, porém, olhando para trás pude perceber que algo está começando a funcionar.
Você pode ver esta arte em alta definição pelo link: https://www.artstation.com/artwork/LxNPw
E uma coisa posso dizer com certeza, o que mais me ajudou nesta peça foi acertar melhor o desenho. Apesar de eu ter certo conhecimento em iluminação e cores, além de ter me inspirado bastante em artistas como Craig Mullins para a paleta e contado com a ajuda de grandes amigos como o Lucas Parolin, acredito que a construção da arquitetura ajuda muito a sustentar a peça. Isso foi possível pelos estudos que estava realizando em arquitetura egípcia e dos fundamentos do desenho.
Agora é seguir em frente, intensificar os estudos em 2017 e colher os frutos no futuro. O Brushwork Atelier Online vai ser grande aliado nesta motivação, mas vou explicar isto com calma no tópico abaixo.
Educação
Um dos maiores desafios de 2016 foi estruturar um curso que fosse um pouco diferente do que já existe em abundância no mercado. Como acrescentar aos conteúdos fantásticos que já existem disponíveis por aí, incluindo livros, vídeos, tutoriais e até cursos de outras escolas.
Comecei então uma pesquisa para questionar o que realmente existe e que culminou nesta série de vídeos que foi parte do lançamento do projeto Brushwork Atelier Online.
O que aprendi e tentei traduzir nestas quase 4 horas de vídeo é que existe uma parte bastante subjetiva do fazer artístico que vai depender muito do desenvolvimento da percepção e levará anos para ser realmente desenvolvida. Por outro lado, existem aspectos bem objetivos e que podem ser estudados com base em algumas fontes fantásticas. Uma delas é a empresa Design Studio Press, que tem uma grande gama de livros educativos voltados para o design de entretenimento. Dê uma olhada no link abaixo:
https://designstudiopress.com/product-category/educational/
Além disso, existem diversos outros como tutoriais, textos e vídeos espalhados pela internet. Alguns exemplos, Foundation Patreon, Gumroads diversos e blogs como o Gurney Journey, de James Gurney, e o Muddy Colors.
Resumindo, esta parte do "conteúdo" está amplamente coberta na literatura e nestas outras fontes. O que mais então falta para nossa evolução ser igual a o que existe lá fora, nas "grandes e glamurosas escolas dos Estados Unidos"?
Durante a pesquisa, eu já havia me questionado sobre isso, principalmente depois de assistir este vídeo de Scott Robertson ao lado.
Como citei no Vídeo 1 e Vídeo 2, acho que podemos fazer muito disso fora destas instituições. Não vou me prolongar muito neste assunto aqui, pois já discuti isto em outros posts sobre as estruturas curriculares destas escolas. Seguem alguns:
Em novembro, motivado também pela visita a CTNx, cujo vídeo estará mais abaixo, onde conheceria alguns dos meus ídolos, resolvi ir a Los Angeles e conhecer pessoalmente estas tão conceituadas instituições de ensino e qual é o seu diferencial. Nestes dois vídeos abaixo eu apresento as escolas que visitei, incluindo o Art Center College of Design, Brainstorm School e Concept Design Academy. Acho interessante assistirem os vídeos antes de prosseguir:
Mas resumindo, o que percebi é que não existe nenhum poder mágico lá. E que nossas escolas no Brasil, principalmente em São Paulo, que conheço melhor, não deixam a desejar. Até mesmo no Art Center, que tem uma estrutura muito bacana, com tudo a sua disposição, acredito que onde os alunos mais ficam é nesta área da foto abaixo:
Uma sala de estudos aberta praticamente 24/7, onde eles dão sangue para entregar produtos de qualidade para seus instrutores, além de conviver com outros artistas extremamente selecionados e motivados, assim como fala o vídeo de Scott.
Não estou querendo aqui desmerecer o papel dos instrutores, que são fantásticos nestas instituições, mas sim provocar que hoje em dia temos outras vias para acessar ao conteúdo dos mesmos. Scott Robertson, por exemplo, lecionou por mais de uma década no Art Center e hoje em dia possui dois livros publicados, um canal do youtube repleto de conteúdo e agora também um gumroad onde ele compartilha ainda mais conteúdo a um preço assecível. Além disso, é sangue, suor e lágrimas. Muita dedicação, questionamento e persistência.
E foi pensando nisso que eu construí o Brushwork Atelier Online. Um grupo de estudos monitorado por mim sobre assuntos pertinentes ao nosso mercado. O primeiro deles foi de Desenho Tridimensional, como vocês puderam ver no Vídeo 3. O primeiro grupo se baseou no livro How to Draw, de Scott Robertson e Thomas Bertling. Segue uma review e o link na amazon para quem tiver interesse:
Foram, então, 50 valentes estudiosos que se juntaram ao projeto, jogando em mim uma confiança a qual agradecerei para sempre. Estes foram os reais fundadores do Brushwork Atelier Online e por isso tiro este momento para dizer: Obrigado de coração!
E o trabalho que eles realizaram foi sensacional! Claro que todos temos vidas diferentes e cada um tem um ritmo, mas o grupo se estabeleceu de uma forma bem ativa e acolhedora para todos. No vídeo abaixo eu apresento uma retrospectiva do que foi produzido e as mudanças para a Turma 2. Também disponibilizo a Semana 14 do curso, que foi uma retrospectiva de 40 minutos sobre os assuntos e como estes se encaixam.
A Turma 2, que abre as vendas agora dia 10 de janeiro, usará também o livro Framed Perspective 1, pois ele e o How to Draw se complementam muito bem, como vocês podem ver no vídeo acima. Segue a review que fiz para este livro e também o link na Amazon.
Aconselho àqueles que tiverem interesse no curso, que já encomendem seus dois livros. Como o lançamento é recente, o mesmo ainda está sendo disponibilizado aos poucos no estoque da amazon.
Resumindo, 2017 tem tudo para ser um ano fantástico e estou muito empolgado. A Turma 2 terá acesso a tudo que aconteceu com a Turma 1, assim como esta última poderá revisar os assuntos do primeiro módulo e fazer perguntas nas novas lives semanais. Foi a forma que encontrei de fortalecer ainda mais a comunidade e intensificar os estudos. Também me comprometi com a Turma 1 a participar mais ativamente como aluno, entregando os exercícios e discutindo os assuntos, algo que foi difícil conciliar com a entrega de vídeos de qualidade.
Se interessou? Você pode encontrar mais informações no site do projeto e/ou na sessão de perguntas e respostas que faremos no dia 9 de janeiro. Seguem os links:
http://www.brushworkatelier.com.br/
https://www.facebook.com/events/1089866727806688/
Ainda em 2017, existe a possibilidade de expandirmos para o assunto de renderização, utilizando como base os livros How to Render e talvez o Color & Light. Isso vai depender do andamento dos cursos e também do quanto vou me sentir confortável em monitorar o conteúdo até lá.
Vamos em frente e obrigado a todos que acreditam no projeto!
Blog
Dentre tantas reviravoltas na minha vida, o blog saiu um pouco prejudicado. Por outro lado, também foi uma opção pessoal para focar no Brushwork Atelier Online e trazer o conteúdo de melhor qualidade possível para quem acreditava no trabalho a ponto de colocar o próprio dinheiro em risco. Um blog de nicho é algo praticamente impossível de se monetizar e a criação de conteúdo toma muito tempo.
Por isso, a quantidade de posts foi reduzida drasticamente. Ainda estou postando e continuo cheio de idéias, porém em 2017 a situação deve permanecer a mesma, com bem menos atualizações do que no Ano 1 do blog por exemplo. Lancei também este ano um e-book sobre a retrospectiva destes primeiros 12 meses e mais de 50 posts para quem quiser rever ou conhecer mais. Você pode acessar clicando aqui.
Para compensar a falta de posts no blog, tenho tentado ser mais ativo no canal do Youtube, onde comecei a fazer algumas séries de posts mais soltas para falar de assuntos diversos. Um deles é este sobre a visita a CTNx, onde falo um pouco sobre o evento e como foi minha experiência.
Outro formato que estou querendo tocar é de fazer sessões de estudo junto com os seguidores, como neste exemplo abaixo:
Além disso, tenho muitas idéias na cabeça, só o tempo dirá o que vai se concretizar e o que não. Como disse antes, é difícil manter um projeto como este tendo outras prioridades, porém fico muito feliz com cada mensagem de feedback e o impacto que tenho visto na comunidade tem me deixado bastante empolgado também a voltar a ser mais ativo.
As entrevistas também vão continuar, dentro do ritmo possível, mas temos uma primeira agendada para o final de janeiro (a data deve sofrer alterações). Segue o link do evento:
https://www.facebook.com/events/1845206015754274/
Agradeço muito a todos que acessaram o projeto neste ano de 2016, compartilharam as postagens e/ou mandaram mensagens, sua participação é muito importante para que tudo isso esteja acontecendo. Espero estar ajudando os estudos de cada um de vocês assim como vocês ajudam os meus e minha motivação!
Cenário Nacional
Por fim, mas não menos importante, queria tirar um momento para compartilhar minha visão otimista sobre nosso cenário nacional. Antes de ir aos Estados Unidos agora em novembro, apesar de já ter ido outras vezes a Los Angeles, eu tinha uma visão de que lá existia alguma grande fórmula mágica. Visitando os estúdios e escolas, a grande questão é que volto de lá desacreditado disso. Os estúdios de lá não tem nenhuma estrutura megalomaníaca e fora de proporção. Também não foge muito do que vi em estúdios como a TFG, em São Paulo.
Claro que estamos anos atrás, principalmente por não existir aqui uma indústria ainda e estarmos somente dando os primeiros passos, mas acho que a grande diferença que nos falta é acreditar.
E acreditar no sentido amplo da palavra, levar com muito mais seriedade e profissionalismo essa nossa indústria. Este sim é um diferencial que eu vi claramente lá, eles realmente levam muito a sério seus trabalhos e principalmente as propriedades intelectuais que estão trabalhando. Eles tem noção de que isto é uma indústria multi bilionária e não só uma diversão ou uma chance de acontecer.
Temos muito a caminhar, muitos obstáculos a atravessar, mas quero provocar todos a fazê-lo de forma mais profissional, seja o aluno que acha que vai cair tudo do céu, que põe no facebook que é concept artist freelancer e nem sabe o que é isso, seja o professor em uma zona de conforto e fazendo o mínimo do mínimo, a instituição de ensino vendendo sonhos sem entregar conteúdo ou os profissionais que não acreditam no que fazem. Temos que nos valorizar e isso quer dizer parar de menosprezar inconscientemente o que fazemos. É bater de frente com os preconceitos, principalmente os nossos. É deixar a preguiça de lado e nos informarmos antes de usar as mais diversas desculpas imagináveis, da falta de incentivo à falta da "escola perfeita". E esta provocação é para mim também.
Por outro lado, temos todas as ferramentas em mãos para começar a construir: artistas e professores fabulosos, tanto quanto os lá de fora, acesso fácil e barato a conteúdos que não temos aqui, uma aceitação cada vez maior do entretenimento como indústria (e pode esquecer que nem lá fora existe essa super valorização por parte dos leigos do "fazer artístico" como algo quase místico) e, acima de tudo, uma cultura, fauna e flora riquíssimas, prontas para inspirar nossas idéias e trazer novos shapes, designs e cores para essa indústria.
Sucesso a todos e que venha 2017!
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Muito obrigado por acompanhar e bons estudos!