Não é só um "desenhinho"...

Neste clima de Ano Novo, vida nova, resoluções para 2016, quero tirar da gaveta este post que venho digerindo há muitos meses. Nele quero discutir uma frustração que muitos artistas passam em todos os momentos de suas carreiras, a desvalorização, e até infantilização, daquilo que estão fazendo. É o famoso: "Sabia que meu sobrinho desenha também? Assim como você". Imagino que você, assim como eu, esteja sentindo aquele frio na espinha de ódio só de ler isso. E todas as minhas horas de estudo, meu sangue, suor e lágrimas? Seu sobrinho também passou por isso?

Esta é uma situação constante na vida de desenhistas, pintores, ilustradores e de muitos outros profissionais criativos. Realmente é muito frustrante não receber o devido reconhecimento por suas longas horas de empenho, mas gostaria de ousar e tentar reverter um pouco o quadro de pensamento. Ao invés de jogar totalmente a culpa na sociedade que só pensa em dinheiro e coisas do gênero, quero jogar um pouco da culpa disso em nós mesmos, em nossas frustrações, em nossas incertezas e levantar alguns pontos onde temos o mesmo tipo de preconceito, senão piores.

Temos que levar nossas carreiras mais a sério se quisermos ser respeitados por ela. Valorizar a nós mesmos e nossos caminhos e de toda a comunidade de artistas a nossa volta. Aqueles que atingiram alguns objetivos ou melhoria artística ralaram muito para estarem onde estão. Um exemplo que veremos mais para frente é do artista Jonathan Hardesty, que através da persistência e estudo atingiu resultados como este abaixo:

Arte de Jonathan Hardesty

Arte de Jonathan Hardesty

Não pretendo que isso seja uma afirmação definitiva, longe disso, mas uma discussão saudável sobre o tema. Quero estruturar o post em três grandes tópicos:

  • Escolhas
  • Dedicação
  • Valorização

Vamos começar pelo que queremos fazer, para onde queremos seguir e como pretendemos chegar lá. Depois, passaremos por um outro grande problema que é a dedicação e a quantidade de esforço necessária para atingir os objetivos, muitas vezes subestimadas por aspirantes a artistas. Por fim, a tão questionada valorização de um "desenhinho", tanto quanto ao reconhecimento da dedicação que falamos como também nos aspectos financeiros.

Escolhas

Vivemos na chamada "era da informação" e temos acesso a todo tipo de conteúdo. Nunca antes na história um artista teve contato com tantos outros desenhistas, pintores e escultores, sejam contemporâneos ou mestres do passado. Um exemplo fantástico é o Google Art Project, onde você pode ver em alta definição as obras de muitos dos maiores museus do mundo. Nunca tivemos tanto acesso a cursos, sejam eles formais ou pequenos tutoriais na internet, tantas opções de carreiras. Realmente, deste ponto de vista, não há o que se reclamar.

Mas uma grande questão aparece também nesse contexto. Estamos paralisados pela quantidade de opções, de informações, de caminhos.

Barry Schwartz, cuja palestra do evento TED de 2005 você pode ver aqui ao lado, propôs o conceito do paradoxo da escolha, que sugere que quanto mais opções temos, mais infelizes nos sentimos. Ele também propõe que um excesso de opções nos torna paralisados, incapazes de tomar a escolha, seja por medo do arrependimento ou o que ele chama de arrependimento antecipado, custos de oportunidades por estar abrindo mão de outra opção, expectativas muito altas com os resultados da sua opção e culpa por possivelmente tomar a decisão errada. Segue abaixo o link do livro The Paradox of Choice para aqueles que tiverem interesse em se aprofundar neste assunto.

Como disse André Forni durante o evento ICONIC, a mudança faz parte da vida do artista, temos que nos acostumar com isso e aprender a ver a incerteza e a experimentação como algo que irá acrescentar à nossa obra.

E concordo plenamente com ele, porém temos que realmente começar algo para que isso possa acrescentar. Não deixe que o excesso de informações seja uma trava, pegue a primeira coisa que te interesse e comece! Depois de um tempo, pare e repense "é isso que eu realmente quero?". 

Hoje temos a impressão de que se procurarmos o suficiente haverá o curso perfeito, o método perfeito, o livro perfeito que nos levará ao resultado desejado. Ainda não alcancei pois não encontrei esta ferramenta. Sem começar nada, não teremos nem criticidade o suficiente para julgar quando encontrarmos algum curso ou professor interessante. Acabamos nos sujeitando então mais ao marketing de escolas e cursos do que realmente ao valor que tiraremos daquele conteúdo.

Em paralelo, gaste tempo conhecendo as áreas de seu interesse e buscando desconstruir o que existe a respeito. O blog vem responder um pouco destas dúvidas, mas fico com medo do quanto estou deixando ainda mais paralisados vocês leitores. Não é a idéia mesmo, faço este conteúdo para ser um guia e não uma salvação ou uma solução. Faço para motivar e ser o começo de uma conversa, de um estudo, de uma pesquisa, mas nunca o fim.

Estudar, analisar, estruturar, desconstruir e principalmente experimentar processos, técnicas e temas é a forma mais eficiente de descobrir se realmente algo é para você. E não vai levar 10 anos para perceber que algo não é para você, mas também não pode levar 10 segundos. Pode durar dias, semanas, meses ou até anos, depende de cada um de nós e do que estamos buscando, mas busque praticando, experimentando, descobrindo!

Lembre-se, que como disse no post sobre a importância do Life Drawing, para os grandes artistas, como Glenn Vilppu, o que realmente importa e da prazer é o processo de resolver problemas, seja em sua arte ou como educador, no caso dele, ou na sua própria evolução e aprendizado como estudante. Foque em resolver como irá aprender algum tópico e não em qual curso precisa encontrar para tal.

Na falta total de opções, estude os fundamentos! Não há como errar, seja qual for o ramo artístico que você irá, você beberá dos fundamentos, desenho, composição, perspectiva, valores, cores, etc. Todos os grandes artistas sempre indicam o mesmo, estudar fundamentos!

Resumindo, tentemos fazer menos escolhas prontas e emocionais, mas sim focando em estudar, nos conhecermos melhor e analisando profundamente as opções. Mantenham-se sempre em movimento, nunca parados ou paralisados pelo mundo exterior! Na dúvida, estudem os fundamentos!

Dedicação

Este tópico acho o mais importante dos três e decisivo para a valorização de nossas práticas criativas. Ao mesmo tempo que não existe valorização da dedicação se ela não for exposta, como mostra este vídeo abaixo, não existe como expor e valorizar se não houver dedicação. Esta é a parte que mais depende somente de nós mesmos e do quanto estamos dispostos a sacrificar pelo que queremos.

Este vídeo ao lado, da série The Long Game, valoriza o longo período necessário para se atingir reconhecimento em uma prática, demonstrando como Leonardo da Vinci levou mais de 30 anos para ser realmente reconhecido.

Se muitos artistas nunca ouviram falar destas e outras histórias, imaginem os leigos que estudam muito menos sobre o assunto. Porém, como disse, não há como divulgar o que não existe, e Leonardo praticou sem buscar reconhecimento.

O autor Malcolm Gladwell, em seu livro Outliers, popularizou o conceito das 10 mil horas de prática consciente em uma habilidade para se atingir nível de reconhecimento internacional. Por hora de prática consciente, leia-se o estudo crítico e direcionado, revisando constantemente sua evolução, buscando erros e se tirando da zona de conforto.

Ele compara a trajetória tanto de artistas, quanto esportistas e executivos bem sucedidos, para apresentar que estas horas se repetem, normalmente ao longo de 10 anos de prática ou estudo. Seriam então 3 a 4 horas de prática por dia, durante 10 anos, algo bem razoável do ponto de vista prático. Nestes dois vídeos abaixo, Malcolm se aprofunda nos conteúdos de seu livro:

No mundo artístico, existem vários exemplos disso, com diferentes horas de dedicação. Mas todas giram em torno da mesma ordem de grandeza. Um caso muito interessante é o do artista Jonathan Hardesty, que citamos no começo do texto. Ele documentou todo seu processo de evolução durante mais de 9 anos no site Conceptart.org. Neste vídeo abaixo, podemos ver muitos dos passos de sua trajetória para alcançar resultados de altíssimo nível.

Certamente você viu desenhos na sequência dele que se assemelham muito ao que você faz hoje ou fez em algum momento da sua trajetória. É notável também sua busca de aplicar constantemente o que está estudando, assim como já falamos que era um pilar muito importante da trajetória do artista brasileiro Mike Azevedo (neste outro post). A dedicação também é impressionante, a quantidade de trabalhos, fazendo uma conta rápida, neste vídeo são mais de 1000 imagens. Você já fez pelo menos mil vezes alguma coisa? Sendo assim, não podemos reclamar de nosso trabalho e achar que não está bom o suficiente, pois não está bom ainda.

Você também pode conhecer um pouco mais sobre sua trajetória neste outro vídeo, no qual foi entrevistado pelo também artista Bobby Chiu. Espero fazer um outro post estudando mais a fundo esta conversa, que acredito ter muita informação, incluindo discussões sobre o estudo dos fundamentos e a passagem por ateliês, mas estes ficam para uma próxima, de qualquer forma, vale a pena conferir. 

Abaixo uma demonstração deste artista mais recente, ilustrando o quanto ele evoluiu no controle do desenho, dos valores, das cores e da tinta a óleo.

Malcolm Gladwell também cita em seu livro a importância da sorte na trajetória daqueles que se destacaram muito em suas atividades. E isso também é verdade nas artes, então acho necessário comentar. Você encontra casos como Mike Azevedo, que falamos anteriormente neste outro post, e Maciej Kuciara. Ambos tiveram extrema dedicação, criticidade e persistência, porém ambos também tiveram aspecto de sorte em suas trajetórias.

Arte de Mike Azevedo

Arte de Mike Azevedo

Mike, por exemplo, encontrou bem cedo o que gostaria de fazer para o resto da vida, teve também oportunidade de estudar e, principalmente, encontrou um grupo de pessoas semelhantes nos sites Conceptart.org e Crimson Daggers, onde pôde praticar de forma extremamente focada e compartilhando críticas, conhecimentos e exercícios. Isso não desvaloriza suas inúmeras horas de estudo, frustrações, "sangue, suor e lágrimas". Ao invés disso, trás ainda mais mérito por ele ter conseguido enxergar oportunidades e pela garra de as ter abraçado com tanto afinco.

Maciej teve uma trajetória complicada, em sua infância, na Polônia, o acesso a computadores sempre foi algo extremamente raro. Sua sorte veio no momento em que não aguentava mais o trabalho que tinha e decidiu se dedicar ao estudo artístico. Era um momento da Polônia em que os mercados estavam sendo abertos e ele finalmente tinha acesso a computadores, mesmo que rudimentares, para conseguir começar a praticar pintura digital. Outro ponto importante, um dos primeiros fóruns que ele conheceu foi a comunidade Sijun, onde naquela época o grande artista Craig Mullins postava constantemente, compartilhando conhecimentos e sua evolução. Mais um exemplo onde a oportunidade encontrou a dedicação, resultando em um grande artista.

Arte de Maciej Kuciara para o jogo The Last of Us

Arte de Maciej Kuciara para o jogo The Last of Us

Temos o triste hábito de utilizar a falta de sorte ou podemos chamar de falta de "dom" ou "talento" para justificar muitas vezes nossa falta de dedicação. Existem pessoas que tem facilidades, sejam elas físicas, no nosso caso perceptivas, sejam elas financeiras, sejam elas geográficas, mas por outro lado existem outros exemplos daqueles que lutaram contra todos os intempéries para chegar onde estão. Porém, um denominador é comum, todos os grandes artistas dos quais já ouvi ou li entrevistas (um número superior a 50 com folga), sem exceção, ralaram muito para estarem onde estão, pensando em desistir pelo caminho, achando que não eram capazes e que não tinham o que era necessário. No fundo tinham sim, que era a garra, persistência e a paixão pela arte para continuar sempre em frente.

Esta não é uma crítica somente aos que se identificarem com as questões, mas também a mim mesmo como artista. Me pego muitas vezes fazendo o mesmo. Me questionando se minhas limitações (por exemplo o fato de ser monocular, isto é, enxergar com um olho só, e alto míope no olho bom) seriam superiores aos meus anseios, porém depois percebo que nem de longe estudei o suficiente para questionar este tipo de coisa. A questão é sempre seguirmos fortes e lembrarmos que não estamos sozinhos em nossas dúvidas e frustrações.

Resumindo, seja persistente, dedique muitas horas conscientes a sua prática e saiba aproveitar as oportunidades que lhe aparecerem!

Valorização

Quanto a valorização, irei dividir a discussão em três tópicos: nos outros, em si mesmo e no mercado.

Nos outros

Uma das coisas que mais acontece com artistas nos dias de hoje, novamente um reflexo da abundância de informações, é nos compararmos a outros artistas. A grande questão é que normalmente ignoramos completamente o artista que existe por trás de cada uma das artes com as quais nos deparamos, principalmente na internet.

É uma forma de desvalorização, preconceito e até um pouco de arrogância querermos comparar nosso trabalho após 6 meses de estudo com uma obra de um artista com 10 anos de experiência. Não importa o tempo de execução. Não é porque um artista fez algo em 10 minutos que você será capaz de fazer o mesmo em 10 horas. As relações de percepção, biblioteca visual, execução e criticidade não são lineares com o tempo de prática e muito menos a comparação anterior é possível. É desdenhar muito o processo, a ponto de pensar "como pode ser tão difícil?". Nesta hora vale pensar se nós mesmos não estamos achando que é "só um desenhinho".

Mais uma vez, não estou somente apontando dedos, muitas vezes ainda me pego comparando meu trabalho ao de outros desta forma e me frustrando com o resultado do meu trabalho enquanto pratiquei pouquíssimas vezes aquela técnica ou assunto.

Ao invés de utilizarmos esta energia toda para um resultado ruim, desafio vocês e a mim mesmo em 2016 a olhar as obras de outros artistas de um ponto de vista construtivo, buscando valorizar aquilo que eles acertaram na hora. Sugiro utilizar por exemplo a metodologia proposta por Andrew Maximov para identificar e "quantificar" a beleza nas artes representativas. Fiz dois posts sobre este tópico que você pode ler clicando nos links abaixo:

Em si mesmo

Por outro lado, como vimos no trabalho de Jonathan Hardesty, valorizem quem vocês são neste momento. Olhem para trás e comparem com o quanto evoluíram. Uma prática é interessante fazer como ele mesmo fez, postar em algum site da internet ou uma pasta, como o Mike Azevedo fez, numerando e datando os estudos. Isso também foi muito importante por exemplo para Jake Parker quando criou o Inktober (discuti este assunto neste outro post), gera um senso de urgência e compromisso inigualável.

Porém, algumas vezes compartilhar em redes sociais pode ter dois resultados indesejados. Primeiramente, pode intensificar a sensação de intimidação frente aos outros artistas postando nos mesmos ambientes, como Facebook, Instagram e Artstation. Se não tivermos bem resolvida a valorização "nos outros", que já discutimos, pode gerar bastante incerteza e frustração.

Em segundo lugar, e ainda mais importante, está o fato de muitas vezes diminuirmos nosso próprio trabalho e a própria comunidade artística nas palavras que acompanham cada imagem. Seja para justificar erros ou valorizar na retórica o trabalho, falamos ser somente um "sketch", um "rabisco" ou que foi feito "em 10 minutos". Muitas vezes, para os leigos principalmente, a qualidade do seu "rabisco" pode estar muito além do esperado, ainda mais se você for um artista experiente. Desta forma, muitos podem desvalorizar o processo como um todo, pensando porque pagar "tão caro" por algo feito "tão rápido".

Sei que estes exercícios são indispensáveis, seja para testar ou desenvolver sua velocidade ou a capacidade de abstração em sketches e thumbnails, porém tenha cuidado ao compartilhar seus trabalhos para não gerar um valor negativo para toda a comunidade. 

Voltando a sua evolução, vale lembrar que existem momentos em que realmente pareceremos estagnados, são os chamados plateaus da percepção. Acredite, você não é o primeiro e nem será o último a passar por isto. Por outro lado, é importante frisar que não só de técnica e percepção vive um artista, você está sempre evoluindo, amadurecendo, aprendendo coisas novas, crescendo sua biblioteca visual. Um artista engajado nunca desliga, seja vendo um filme, lendo um livro ou fazendo qualquer outra atividade, sua mente estará absorvendo informações valiosíssimas para sua formação.

E se ainda estiver em dúvida, ouça entrevistas com outros artistas e perceba que não está sozinho. Todos passaram e passam pelas mesmas dúvidas. Fiz um post com fontes de entrevistas e podcasts que podem ajudar, acesse clicando aqui

Craig Mullins, um dos mais admirados e reconhecidos artistas da atualidade, demonstrou ser uma pessoa cheia de questionamentos quanto ao seu trabalho em suas palestras do Trojan Horse was a Unicorn. Acho que não tenho mais o que acrescentar depois disso. Só acredite e se dedique, os frutos virão.

Arte de Craig Mullins

Arte de Craig Mullins

No mercado

Por fim, mas não menos importante, valorize seu trabalho em termos financeiros. Apesar de eu ver muito mais valor no trabalho artístico do que o meramente financeiro (como discuti neste outro post), em momento algum penso que nosso trabalho deve ter menos valor financeiro por isso. Pelo contrário, é mais um motivo para nos envolvermos com a prática artística e não uma desculpa para não sermos pagos ou desvalorizados.

Este assunto certamente merece mais de um post exclusivo, porém devemos lembrar que geramos um produto, seja qual for a área de atuação, e que para este produto ter a qualidade exigida por nosso cliente, foram dedicadas inúmeras horas de estudo e investimentos. É a parte da Dedicação que discutimos neste texto gerando valor para outras pessoas, valor financeiro, e algumas vezes muito valor, sendo assim devemos cobrar adequadamente. Lembre-se sempre do produto final a ser gerado, cada caso será um caso, direitos autorais diferentes, mas sempre pense pelo lado de quanto de valor você está gerando para o cliente e qual a parcela disso está sendo repassada para você. Literalmente, não é só um desenhinho, é o produto de anos e anos de estudos.

Um bom recurso para se aprofundar neste assunto é o site Art PACT (Professional Artist/Client Toolkit), projeto que visa informar ilustradores sobre as nuances do mercado, profissionalismo das empresas contratantes, exemplos de contratos, relação com diretores de arte e muitas outras questões essenciais para todos nós. A assinatura custa somente 15 dólares por ano. Vou assinar o meu em breve e voltarei a fazer um post a respeito quando tiver mais informações. Por enquanto, segue um vídeo de Todd Lockwood explicando o que é o projeto para a campanha no site indiegogo:

Prometo também fazer outros posts falando sobre nosso mercado, sobre trabalhos, sobre valores e sobre a vida de artistas nos tempos atuais.

Resumindo, valorize a prática e a dedicação, seja no trabalho dos outros, buscando os pontos forte e onde eles realmente se sobressaíram, em si mesmo, analisando quem você é em relação a quem já foi como artista e no mercado, lembrando que seu trabalho não gera valor somente para você e que um bom produto deve ser pago de acordo, seja ele qual for a aplicação.

Pontos Principais

Gostaria de terminar este post primeiramente demonstrando profunda confiança de que podemos no mínimo melhorar este quadro. Se cada um fizer um pouco pelo menos, seja no seu dia a dia através dos pontos que discutimos ou conscientizando aqueles com quem convivemos da jornada enfrentada pelos artistas, acredito que aos poucos vamos conseguir ir tirando a inércia desse estigma que nos persegue há muitos anos. A quantidade de informação tem que ser também usada a nosso favor.

E quais pontos foram estes que discutimos? Recapitulando:

  • Escolhas: Não espere a escolha perfeita, não espere o curso perfeito, não espere algo cair do céu. Comece, simplesmente comece. Na dúvida, foque nos fundamentos, enquanto se aprofunda no que realmente quer fazer e no que deve estudar.
  • Dedicação: Não será em 10 horas de estudo ou 10 semanas de estudo que você ficará bom em algo, serão 10 anos de prática consciente. Não escreva este número em pedra também, porém tenha noção de que a jornada é longa e que você está em constante evolução. O importante é nunca parar!
  • Valorização: Aprenda com quem é melhor que você e valorize o quanto você está melhor do que já foi. Perceba também que seu trabalho não gera valor só para você e que você está vendendo um produto, sendo assim, cobre adequadamente. Cobrar pouco significa desvalorizar tudo que você passou e os esforços de todos em nossa comunidade.

Como disse antes, esta não é uma palavra final e nem tem pretensão de ser. É simplesmente a provocação para um diálogo. Para que tentemos entender mais sobre nossos problemas e enfrentá-los de cabeça aberta e racionalmente.

Espero bastante de 2016 com relação a comunidade artística brasileira, que se mostra cada vez mais unida. Desejo também muito sucesso para cada um de vocês leitores, que só por estarem aqui já demonstram ter um interesse grande nessa área que tanto amamos. Um ótimo começo de ano e até a próxima!

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Muito obrigado por acompanhar!