Color and Light do James Gurney - Como estudar este livro?

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Certamente Color and Light é um dos livros mais recomendados para quem quer aprender luz, sombra e cores. Já perdi a conta de quantas entrevistas, podcasts, blogs e canais do Youtube o citam entre as listas de livros essenciais para qualquer artista.

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Desenho - Como você pode começar do zero de forma eficiente

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Você gostaria de saber desenhar, mas não sabe nem por onde começar? Já tem uma idéia do que é desenhar, mas não sabe como melhorar? Neste post discutiremos os princípios básicos do aprendizado do desenho.

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Alexandre Reider e a valorização do conceito sem ir em detrimento a técnica

Hoje tive o privilégio de participar de um Workshop com o mestre paisagista brasileiro Alexandre Reider na escola Pigmento Academia de Arte em Curitiba/PR. O Alexandre é de São Paulo e leciona no Plein Air Studio, juntamente com Charles Oak, George Mend e Marcus Claudio.

Segue um belo exemplo do trabalho dele:

No workshop, ele falou um pouco de seu processo e quebrou a arte representativa em 6 elementos estruturantes:

  • Conceito
  • Composição
  • Desenho
  • Valores
  • Cores
  • Técnica

Soa familiar? Citei alguns destes elementos no primeiro post do blog com referência ao livro Alla Prima do Richard Schmid, que o Alexandre também referenciou durante o workshop. Também podemos fazer um paralelo com os elementos da beleza na pintura representativa, de Maximov, como citei em outro post. Começa a ficar visível que existe um número finito de itens a serem estudados para atingirmos bons resultados.

Vejo uma distinção em dois grandes blocos, um conceitual (Conceito), onde estão questões mais profundas da busca artística e um bloco técnico/fundamental (Composição, Desenho, Valores, Cores e Técnica).

O Conceito, pela definição do Alexandre, é a "idéia que da origem a obra, o assunto e como ele será transmitido". Este é um tópico importantíssimo para lembrarmos que além de artistas querendo fazer belos desenhos, pinturas e esculturas, somos também contadores de histórias e geradores de emoções. Temos questões a serem resolvidas e discutidas dentro de cada obra. 

Ele propôs o exercício de reflexão do que estamos produzindo. O que diferencia nossa obra? Vale parar alguns minutos para avaliar quais questões quisemos resolver e que emoções conseguimos transmitir naquilo que já produzimos. E para os próximos trabalhos, pensar o que queremos fazer conceitualmente, que questões atacaremos, como um "briefing" em analogia feita pelo Alexandre com a arte voltada para a publicidade.

Porém, o próprio Alexandre frisou e vou reforçar aqui a importância de conhecimentos sólidos no segundo bloco. A arte moderna tem a tendência a supervalorizar a parte conceitual em detrimento dos fundamentos técnicos. Não vou discutir certo e errado, nem melhor ou pior, porém para a arte representativa, foco deste blog, fica clara a necessidade de desenvolvimento e aprendizado dos fundamentos artísticos. 

Para estes, estamos sentados em anos e anos de criação de conteúdo e com a internet temos acesso a praticamente todo ele. Precisamos sentar e estudar cada um dos elementos para evoluir artisticamente. Não que seja fácil, porém com uma estrutura organizada e os conteúdos certos podemos chegar lá, aos poucos, trabalho após trabalho, ano após ano. Este blog tem aos poucos tentado apresentar estratégias e bons conteúdos para "iluminar" um pouco mais este caminho.

Vou listar aqui alguns quotes que gostei muito do evento e minhas opiniões/comentários:

"Pintar é iluminar!" - ele também citou que um de seus conceitos é representar a luz como um personagem em suas pinturas. Tudo que vemos é através da luz e utilizá-la a nosso favor é muito importante no processo de pintura.
"Não há um bom pintor sem um bom desenho" - este comentário também está presente em boa parte da literatura sobre o tema, como no livro Alla Prima de Richard Schmid, dentre outros. Mesmo se não estivermos desenhando com linhas, as formas que colocamos no papel/tela/digital são desenhos e exercitar nossa percepção, leitura de espaços e coordenação/técnica manual só tende a acrescentar aos trabalhos.
"Você precisa começar a compreender tudo que você vê como elementos de composição." - este foi um dos pontos altos do evento para mim, mostrando que o que temos seja na nossa referência fotográfica seja no modelo ao vivo são elementos a serem integrados em nossa composição, não necessariamente da mesma forma, quantidade, detalhamento, cor e valor que estão apresentados, mas sim como irão acrescentar a pintura em si.

Ele também apresentou algumas referências bibliográficas e discutiu outras apresentadas pelos alunos do workshop, que vou listar aqui ou colocar links da Amazon quando possível:

Muito obrigado Alexandre pela aula e pela inspiração! É motivador acompanhar tanto tempo o trabalho deste mestre e depois descobrir que além de tudo ele transborda humildade e simpatia. Traços que parecem muito importantes na busca artística e estão presentes em muitos dos mestres que tive o prazer de conhecer pessoalmente.

Você também foi no evento? Ou já fez aula com o Reider? Comente o que achou.

Como sempre, críticas, comentários e sugestões são muito importantes para o crescimento do blog! Obrigado por acompanhar!